Você já desejou ser milionário(a)? Acho que isso já passou pela cabeça de muita gente. Tenho quase certeza de que, quando eu era criança, eu queria ter muito dinheiro e para poder comprar tudo que eu queria, mas não passava de uma fantasia ingênua.
Agora, eu vejo muitos adultos com um objetivo claro de se tornar milionário (seja lá o que isso significa para cada um). Essa busca insana por ganhar muito dinheiro me preocupa. Pegando o exemplo da área em que eu trabalho, há milhares de pessoas pesquisando no google como ‘ganhar dinheiro com marketing digital?’, como ficar milionário com marketing digital?’.
São perguntas ingênuas, com respostas impossíveis e que guardam a esperança de ganhar dinheiro fácil. Fácil e Dinheiro são duas palavras que deveriam ser proibidas de se usar na mesma frase.

Dinheiro fácil não passa de uma ilusão.
Mas quem tem convicção de que vai encontrar um caminho… Essas são pessoas perigosas, dispostas a abrir mão de princípios éticos para ganhos pessoais facilitados. Isso é o que verdadeiramente me preocupa.
Quanto eu quero ganhar?
Aos 25 anos eu já tinha uma experiência concreta de quanto vale o dinheiro, quanto custa morar sozinha. Eu estabeleci um valor máximo que eu queria ganhar. Estipulei que se eu ganhasse R$ 5.000 por mês, isso era o suficiente para mim e me sentiria satisfeita.
Por que eu fiz isso? Não porque eu queria me transformar em uma pessoa medíocre, ou que ia ficar estagnada e me acomodar… Essa delimitação de salário não é isso. Na verdade, eu quis estabelecer um compromisso comigo mesma de que eu não iria ficar perseguindo loucamente uma meta de ganhar mais e mais dinheiro a vida toda.
Porque era isso que eu via ao meu redor. Uma pessoa ganha 5 mil por mês, quer ganhar 7 mil e quando chega nos 7, acha que não é suficiente, quer 10 mil por mês e assim sucessivamente.
Correr atrás do dinheiro te aprisiona!
É preciso entender que essa obsessão financeira pode nos causar muito estresse, e nos fazer tomar decisões de carreira e vida pessoal que nos trazem danos do que benefícios. Além disso, tem frustrações, tristezas, decepções e aquela pressão interna. Você se sente um fracasso, porque não alcançou uma meta que você mesmo criou?!
“ Dinheiro deveria trazer mais conforto, não mais estresse. “
Rafaela Sanzi
Infelizmente a sociedade valoriza cada vez mais o financeiro e o estatuto social – pertencer a uma classe privilegiada e ter produtos de determinadas marcas, conviver com um certo tipo de pessoas e frequentar certos lugares. A pressão social acaba nos levando a perseguir esse ideal de ‘riqueza’.
Por outro lado, a escolha do crescimento financeiro a qualquer custo afasta você do que verdadeiramente precisa: felicidade. É isso que a gente deveria buscar nesta vida terrena e curta.
Ser milionário vai me fazer feliz?
A falta de dinheiro não impede de ser feliz, mas dificulta um pouco. Então ganhar abaixo do custo de vida é muito prejudicial. Tem que se levar em consideração que o seu padrão de vida, as suas despesas mensais, são a soma das suas escolhas e do nível de preços da sua cidade e do seu bairro.
Eu entendi que morando em Porto Alegre, com o custo de vida de uma cidade que é uma capital, nos bairros que eu queria morar e da forma como eu queria viver, R$ 5.000 por mês eram o suficiente. E era exatamente o que eu ganhava em 2017, quando eu vivia no Brasil!
E eu abandonei o salário de R$ 5.000 mais comissões. Abandonei uma oportunidade de dobrar esse salário num curto período por outros motivos, que para mim soavam mais fortes.
Deu uma dorzinha no coração de abandonar esse trabalho? Deu dorzinha, sim, mas o que eu estava buscando em Portugal era muito mais importante que um salário. Era uma coisa que eu não podia comprar no Brasil.
📌Vivendo em Portugal com 500 euros por mês (2018)
E eu tinha certeza de uma coisa: se eu morasse no Brasil, quanto mais eu ganhasse, mais preocupada eu ficaria e maiores os riscos eu teria que enfrentar por ter muito dinheiro. Aí começa, né, aquela preocupação de onde eu vou morar tem que ter porteiro, segurança 24 horas, vigilância de câmera….
E nada disso impede de a gente ser sequestrado, assaltado na rua ou entrando em casa, de levarem nossos bens e de sofrer sérios traumas com esses ataques violentos.
Eu entendo que tem muitas pessoas que estão perseguindo aí o “ser o milionário”.
Quem quer ser um milionário levanta a mão!
O fato é que ser milionário está na moda! E prometer às pessoas que vai torná-las milionárias’ vende muito, principalmente nos cursos de marketing digital.
“Eu vou te ensinar como ganhar 6 dígitos em 7 dias”
“Com esse método, você vai ter um negócio que fatura um milhão de reais por ano”
Quem compra esse tipo de curso, método, mentoria, está cego na perseguição do dinheiro fácil. Quem vende é uma fraude, alguém que abusa dos sonhos e das ilusões dos ingênuos.
Eu entendo que as pessoas ten perfis diferentes, estão perseguindo coisas diferentes na vida. Nem todo mundo é igual a mim e eu respeito muito as diferentes ambições das pessoas.
E eu vim para Portugal principalmente porque eu queria ganhar mais do que R$ 60.000 por ano. Eu queria ter mais qualidade de vida, segurança, tranquilidade, estabilidade e menos preocupações.
Então, muitas vezes a gente esbarra nessa premissa de que todo mundo tem que querer ser rico. Eu quero aumentar um pouco o meu salário? Sim, eu quero. Porque eu quero adquirir algumas coisas que são importantes para mim no trabalho, investir em projetos pessoais, que demandam dinheiro, mas o que eu preciso está longe de precisar ser milionário.
A pressão para ser milionário vem de dentro, de fora, vem de todos os lados!
E aí eu tento explicar, mas não sei se eu consigo explicar direito. Dinheiro não é tão importante para mim.
Não é que dinheiro seja ruim. Eu não penso que quem tem dinheiro são más pessoas.
O que me incomoda é essa coisa de perseguição de ser milionário. Ser milionário é trending, dê uma olhada nos livros mais vendidos nas livrarias. Hoje em dia, muitos dos best sellers, inclusive de autoajuda, estão nesse viés de como se tornar milionário.
Dois dos livros mais vendidos são do Napoleon Hill: o ‘Quem pensa enriquece’ e o “Mais esperto que o diabo”.

Entretanto, eu leio o seu livro, o ‘Manuscrito Original’ das leis do Triunfo do Sucesso, do Napoleon Hill, e o que ele realmente escreveu em 1929 e não tem nada a ver com as versões publicadas recentemente.
Os livros que estão à venda desse autor tiveram a sua linguagem adaptada para o mundo atual, adaptada para o enriquecimento, porque vende mais.
Na verdade, no original, esse sucesso em “Triunfo” tem a ver com o dinheiro, mas o dinheiro não vem fácil. Hill deixa muito claro ao longo do livro que esse dinheiro vem em troca de fornecer algo, de servir aos outros, dar para receber, ao mesmo tempo que se busca satisfação pessoal e felicidade. Não se deve buscar o dinheiro em si.
Desconheço quem e porquê, mas a obra original foi deturpada provavelmente para encaixar melhor nas demandas do mercado. Eu desafio você a ler o livro “Quem pensa enriquece” e compará-lo com o “Manuscrito Original”, tenho certeza que você vai notar uma diferença substancial no valor e no peso que é dado ao fator dinheiro.

A vida tem que ser mais do que ganhar muito dinheiro
Então, esse fato de eu não querer ser milionária, impacta diretamente no meu trabalho, porque eu trabalho com marketing digital. Por isso, eu direciono a agência Mentora de Marketing e os cursos para consumidores que se identificam com a minha linha de pensamento.
A consequência é óbvia, acabo segmentando e reduzindo o nosso público. Por outro lado, o benefício também é claro, consigo ensinar e aplicar o marketing digital como uma ferramenta para criar legados. Ao invés de apenas ganhar dinheiro, que tal ser conhecido e reconhecido pela qualidade do seu trabalho? Marketing potencializa o alcance, faz a sua empresa chegar a novos locais e novos públicos, viabilizando que a empresa impacte positivamente a vida de mais pessoas. Nem tudo precisa girar ao redor do dinheiro, podemos centrar-nos nas pessoas e na felicidade genuína.
As pessoas falam bastante de dinheiro, que querem mais dinheiro, mas tá coladinho ali a necessidade de reconhecimento social. E veja só, a vontade pelo dinheiro acaba sendo mais um discurso para uma necessidade, muitas vezes, emocional de reconhecimento.
📌Quem sou eu? (A versão de hoje, pelo menos)
Eu acho super importante a gente querer crescer, mas esse crescimento não precisa ser medido apenas pelo dinheiro que acumulamos ou o valor do nosso salário, tem muitas outras coisas que podem demonstrar o crescimento!
Acima de tudo, o mais importante é a felicidade! A vida nesses poucos anos que nós temos aqui na Terra merece ser vivida com satisfação! Lembre-se que o caminho é muito mais importante do que o destino.
Por hoje é só!
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Você também pode ver esse conteúdo na versão em vídeo, publicada em 28 de outubro de 2021: